A definição de audiência é frequentemente citada no marketing e na publicidade, mas é também uma etapa fundamental do planejamento de cursos e dinâmicas corporativas. Ao definir os tipos de público-alvo dos treinamentos, as empresas têm a oportunidade de preparar conteúdos mais produtivos e tornar essa experiência cativante para os colaboradores.
Naturalmente, esse público é composto pelas pessoas que serão treinadas, profissionais que devem apresentar conhecimento prévio para aprender e desempenhar as atividades propostas, bem como demonstrar interesse por esse aprendizado e as possibilidades que ele representa para a carreira.
Para se manterem competitivas e relevantes, as empresas precisam investir na atualização contínua dos seus funcionários. A questão é que o público interno das organizações pode ser bastante heterogêneo, ou seja, apresentar necessidades e ambições muito diferentes.
Eis a importância de definir o público-alvo dos treinamentos. Trabalhando a evolução das equipes de maneira segmentada, é possível extrair o máximo potencial de cada uma delas. Mas o benefícios não param por aí. Continue a leitura para conferir tudo sobre o tema!
Por que definir o público-alvo em treinamentos corporativos?
Acima de qualquer coisa, é importante que o gestor de RH verifique se o conteúdo do treinamento é relevante para o público. Simplesmente “treinar por treinar” — o que geralmente é feito para cumprir horas ou tarefas previamente estipuladas pela empresa — é uma das principais razões para os colaboradores tacharem essas atividades como maçantes ou desnecessárias.
Essa impressão é esperada em atividades padronizadas, pois o conteúdo, justamente por ser abrangente, pode atender apenas grupos específicos entre os participantes ou oferecer informações superficiais para todos.
Uma empresa é formada por diferentes tipos de pessoas que não se distinguem apenas por seu cargo ou formação, mas por seu comportamento, valores e ambições. Sendo assim, ao segmentar o público, não apenas contemplamos essas características particulares, como temos a chance de oferecer conhecimentos mais aprofundados para audiências específicas.
Que tipos de público-alvo existem dentro de uma empresa?
Obviamente, nenhum gestor indicará um treinamento de vendas para um funcionário que atua na operação industrial nem oferecerá um curso de manutenção de máquinas, por exemplo, para um profissional da área comercial.
Como dito, a segmentação do público de uma empresa não deve se resumir a separar grupos de acordo com cargos e funções. Embora cada setor do negócio exija um conjunto específico de competências técnicas que, geralmente, conversam com a formação e os interesses do profissional, há vários outros tipos de competências que também são trabalhadas nos treinamentos.
As chamadas soft skills, ou habilidades comportamentais, como comunicação, criatividade, liderança, resiliência, motivação, empatia entre várias outras, são cada vez mais necessárias dentro do ambiente corporativo e são úteis em todos os contextos.
Há também de se levar em conta a inclusão de grupos minoritários e a acessibilidade, bem como os interesses e pretensões individuais dos colaboradores, que nem sempre são contemplados em seus cargos atuais. Há quem deseje mudar de função, de setor ou obter melhores condições de trabalho ou de salário, por exemplo.
Tenha em mente, portanto, que podem existir os mais diversos públicos dentro de uma organização, muitos deles discretos ou inseridos dentro de outros. Cabe à gestão de pessoas adotar mecanismos para identificá-los e trabalhá-los corretamente.
O que levar em consideração ao definir a audiência?
Para saber se um conteúdo é relevante para a audiência para a qual se destina, é preciso, antes de tudo, identificar e conhecer essas pessoas. De maneira geral, é possível definir os tipos de público-alvo por meio de três etapas básicas. Veja!
Segmente o público interno da empresa
Tal como em uma campanha publicitária, você pode identificar o perfil do seu público por meio de dados básicos, como informações cadastrais ou demográficas. Alguns exemplos são idade, naturalidade, formação, setor de atuação, idiomas que domina, experiência na carreira ou dentro da empresa, etc.
Apenas tome cuidado para não levantar juízos indevidos. A idade do colaborador, por exemplo, não determina a sua experiência, muito menos o sexo, a função ou seus interesses profissionais.
O ideal, porém, é ir um pouco mais longe, utilizando dados de entrevistas e pesquisas internas para descobrir atitudes, crenças e valores. Esse conhecimento pode ajudar os gestores a refinarem seus treinamentos ou investirem em novos tipos de conteúdo, como dinâmicas voltadas para o comportamento e para a vida pessoal.
Mapeie as necessidades do negócio
Não devemos esquecer que estamos lidando com treinamentos corporativos. De fato, as empresas têm muito a ganhar ao investir nos interesses pessoais e na qualidade de vida dos seus colaboradores. Entretanto, a gestão de pessoas não deve perder o seu foco institucional que, em primeira análise, deve servir à produtividade e ao crescimento da organização.
Na primeira etapa, analisamos o perfil das pessoas que compõem os times da empresa. Agora, devemos fazer uma análise do negócio para definir em quais pontos esses profissionais devem ser estimulados e aprimorados, de modo que o empreendimento mantenha ou melhore seus resultados.
Fazendo isso, poderemos combinar as necessidades da organização com as necessidades dos colaboradores. Isso já o suficiente para definir públicos específicos e direcionar treinamentos segmentados. Mas não podemos parar por aqui.
Avalie as expectativas e ambições dos colaboradores
Cada vez mais gestores percebem que adotar um diálogo com os colaboradores, dando abertura para participarem e contribuírem nas decisões, é a melhor forma de criar um clima organizacional harmonioso e produtivo, bem como aumentar consideravelmente as ações de inovação do negócio.
Isso não é diferente nos treinamentos. Os colaboradores devem participar do planejamento, expondo suas opiniões sobre os cursos, eventos e dinâmicas, ou, ainda, contribuindo com sugestões que considerem coerentes para suas funções ou para a empresa como um todo.
Dessa forma, elimina-se o risco de o profissional sentir que está apenas cumprindo obrigações do trabalho. É essencial que os treinamentos corporativos representem uma oportunidade de crescimento para ambos, empresa e colaboradores.
Ao definir os tipos de público-alvo, os gestores têm a chance de conhecer melhor os profissionais que atuam no negócio e trabalhar o seu desenvolvimento de uma foma muito mais precisa e eficaz. Seja realizado por uma equipe de RH interna, seja feito por uma empresa especialista, esse é um trabalho que pode favorecer significativamente o engajamento e os resultados das organizações.