Brasil realiza esforço pioneiro estimulando profissionais de Recursos Humanos a implantarem o Agile Mindset em suas organizações
Executivos e profissionais de RH de algumas das maiores empresas brasileiras já estão participando de uma abordagem inédita em termos de Transformação Digital – uma das maiores preocupações do mundo atual. Eles estão participando de grupos de trabalho com o objetivo de mudar a cultura organizacional, encontrar o perfil dos novos profissionais da era Digital e levar às empresas o pensamento ágil, estratégia-chave para vencer a corrida pelos negócios digitais.
À frente desse esforço e ao lado do Movimento Brasil Competitivo (MBC) –coordenador do Manifesto Brasil Digital– e da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), está a MicroPower, empresa de 25 anos, líder e pioneira no Brasil em Transformação Digital, Gestão da Performance e e-Learning. Ela participa de um esforço junto com gigantes da vanguarda tecnológica, como IBM, SAP, Microsoft, Google, Itaú e outras 28 organizações.
“A ideia é trabalhar a formação e a cabeça do profissional de RH para que ele seja protagonista da transformação digital dentro de suas empresas, e isso é pioneiro no mundo”, afirma Francisco Soeltl, CEO da MicroPower, acrescentando que é fundamental engajar as pessoas nesse processo: “Estarmos convictos de que um dos fatores de sucesso será sensibilizar e preparar os profissionais de RH, que detêm o know-how de relações humanas, para atuarem como protagonistas ao lado dos profissionais de TI, que detêm o domínio das tecnologias”.
A abordagem responde a uma preocupação mundial. De acordo com a pesquisa FutureScape: Worldwide IT Industry Predictions de 2017, da International Data Corporation (IDC), 80% dos executivos sêniores entrevistados reconhecem que os investimentos na transformação digital são fundamentais para o negócio e pretendem empregar nada menos que os US$ 2,2 trilhões para isso, em 2019 – número quase 60% maior do que o registrado em 2016. A pesquisa aponta ainda que, em 2017, 70% das 500 maiores empresas mundiais já possuíam equipes dedicadas à Inovação e Transformação Digital de seus modelos de negócio.
A atuação da MicroPower está concentrada no eixo de transformação Força de Trabalho Digital –um dos sete apontados no Manifesto Brasil Digital– e que, agora, está contemplado na política governamental para o tema instituída pelo Decreto-Lei 9319, de março de 2018, criado a partir do próprio manifesto. “Nossa preocupação relatada ao MBC foi indagar quem, afinal, estava trabalhando os RHs das empresas e do governo e dizer que eles precisam ficar atentos à Transformação Digital. Provocar esses RHs a saírem daquela posição de conforto que é deixar a tecnologia largar na frente e correr atrás do prejuízo. São as pessoas do RH que entendem de relações humanas e elas precisam mudar o mindset”, diz Francisco.
O trabalho inovador da MicroPower baseia-se na coordenação de grupos de trabalho, capacitando as Pessoas para a Transformação Digital. A iniciativa começou pela ABRH São Paulo e a ideia é dar repercussão nacional, multiplicando os grupos pelas regionais paulistas e, depois, pelo país. “Se as pessoas não comprarem a ideia da Transformação Digital, se o RH não fizer o seu papel, haverá resistência. Isso vai prejudicar a velocidade do processo, e a tendência é que a concorrência torne as organizações mais resistentes à mudança, obsoletas”, afirma Francisco Soeltl, acrescentando que esse trabalho visa à transformação das Pessoas de RH em novos profissionais: “Não existe outra opção para o profissional de RH, que pode ficar obsoleto em três quatro anos. Ele precisará absorver novas competências como: Agile Mindset, Gestão de Mudança, Gestão de Conflitos, Curadoria da Cultura Organizacional, além da gestão de contratos de desmobilização e recolocação para os profissionais que perderão seus postos de trabalho.
O executivo da MicroPower salienta que essa mudança no perfil do profissional de RH tem de ser ágil, focando no nível transformacional e incentivando a mudança e a inovação. O motivo é que, quanto mais rápido a empresa for afetada por concorrentes globais, abocanhando seu mercado, mais depressa ela terá de reagir para não perecer, obrigando a organização a buscar outro profissional, com uma nova cabeça e uma nova formação.
O Diretor de Marketing & Alianças da MicroPower, Daniel Musulin Soeltl, acrescenta que essa abordagem é fundamental para a internalização das tecnologias trazidas pela área de TI e lembra que empresas exponenciais são aquelas que atuam com agilidade para se posicionar globalmente e embarcar na chamada 4ª revolução industrial: “Quem entende de relações humanas é o RH e quem entende de tecnologia é o TI. Se RH e TI não trabalharem juntos, as pessoas não vão abraçar a mudança que a tecnologia está trazendo, e isso vai afetar o negócio”.
Força de Trabalho
A ideia de se criar um movimento de preparação das organizações brasileiras para a era da economia digital nasceu em 2016 por iniciativa do MBC. O Projeto Brasil Digital tinha o propósito de construir as bases para a digitalização da economia do País, alavancando o desenvolvimento público e privado e influenciando diretamente a competividade e o crescimento econômico.
E não é para menos. Estudo recente da Oxford Economics estima que uma maior penetração das tecnologias digitais no tecido empresarial brasileiro pode adicionar cerca de US$ 100 bilhões ao PIB nacional em dois anos.
Assim, ainda em 2016, o MBC e parceiros –entre eles, a MicroPower– apresentaram aos ministérios da Casa Civil e da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações o Manifesto Brasil Digital, que acabou inspirando a definição e publicação do Decreto-Lei 9319, em 21 de março de 2018, estabelecendo o Sistema Brasileiro para a Transformação Digital. “A economia digital pede um governo digital, pois ela depende em parte do que o governo pode oferecer. Se o governo não for digital, ele vai ser um obstáculo à nova economia, comprometendo a geração daqueles US$ 100 bilhões adicionais”, salienta Francisco.
Inspirada no Manifesto, a nova política prevê sete Eixos de Transformação:
• Governança Corporativa, um fórum de diálogo entre o Governo Federal e grupos relevantes;
• Criação de um ambiente regulatório aderente à realidade da economia digital;
• Digitalização no Setor Público;
• Digitalização no Setor Privado;
• Modernização de toda a infraestrutura digital para ampliar a penetração e o alcance das mudanças;
• Fomento ao Empreendedorismo e a inovação digitais, e
• Formação de uma nova força de trabalho apta a suprir as demandas profissionais futuras.
É nesse último eixo que se insere o trabalho da MicroPower, com a estratégia de privilegiar o profissional de RH como multiplicador da mudança de mindset dentro das organizações. E essa redefinição de pensamento é construída por três grandes pilares, cada um com três fundamentos:
A atuação da MicroPower acontece no pilar central dessa estratégia – Transformar os Processos Organizacionais: “Fazemos isso há muitos anos. A partir do momento que vamos no cliente e, por exemplo, implantamos uma solução tecnológica como o Performa ou cuidamos do desenvolvimento dos seus talentos por meio da Universidade Corporativa Ampliada, já estamos digitalizando parte do processo dele”, diz Daniel Soeltl.
O novo profissional de RH
Ao longo de 2018, a MicroPower, que coordena grupos de capacitação e de sensibilização, realizou 11 encontros com 103 executivos de 60 organizações para conscientizar os líderes da importância de se descobrir novas competências e um novo perfil para o profissional de RH. Francisco Soeltl afirma que as transições e as mudanças digitais nos negócios, que cresciam de forma linear, agora aumentam exponencialmente, cada vez mais rápidas, e que o RH vai ter que atuar nisso. “Esse novo profissional terá que fazer a gestão da mudança, coisa que não faz hoje. A mudança traz a necessidade de outras competências como gestão de conflitos e curadoria da cultura, garantindo que os valores e princípios serão preservados após a implementação do negócio digital. Além disso, exige uma nova forma para as pessoas se desenvolverem”, afirma, exemplificando que, em vez de cursos definidos pela empresa, será preciso criar um ambiente favorável ao autodesenvolvimento profissional.
Essa nova economia digital vai exigir algumas profissões emergentes, como:
• cientistas de dados
• especialista em algoritmos
• antropólogos de rede
• gerentes de jornada
• analistas de comportamento digital
• analistas de comportamento de redes sociais
• analista de comportamento de inteligência corporativa
• designers
• arquitetos
• storytellers
Isso, porém, para dentro das organizações. Para fora, Francisco diz que será necessário fazer uma gestão de contratos para encaminhamento social de um grande contingente que perderá seus postos de trabalho e terá de ser reciclado. “A organização não poderá simplesmente demitir essas pessoas”.
Com base nas novas competências e nesse novo perfil, o programa de capacitação aplicou nos grupos de trabalho a metodologia Agile Mindset –Pensamento Ágil, na sua livre tradução. O pensamento ágil é o modelo mental que as empresas precisam desenvolver, de maneira a poder entregar em dias e horas produtos e serviços que, de outra forma, levariam semanas e meses para ficarem prontos.
Assim, cerca de 25 pessoas participaram do grupo de trabalho do agileTXlab, um laboratório de dois dias para estimular o pensamento ágil. Foram empregadas metodologias como pensamento lateral, obrigando os participantes a adotar novos padrões de raciocínio; Scrum, um modelo de trabalho nascido na TI para redesenhar processos e que acabou por ser adotado por outras áreas, e lean canvas, técnica de planejamento de negócios que explora a criatividade.
Os encontros serviram para a MicroPower perceber que mesmo os próprios CEOs e diretores das empresas estão ainda longe de entender o impacto da transformação digital nos seus negócios. Francisco decidiu juntar essas pessoas para que elas conversassem com quem tem o que compartilhar: “Assim nasceu o Agile Round Table, cujo primeiro encontro, em dezembro, teve como tema a Estrutura Organizacional Agile – C-Level”, conta. Nessa reunião, 19 executivos de 17 empresas puderam conhecer mais sobre O Protagonismo Humano na Era Digital, Modelo de Gestão Agile nas Organizações Exponenciais e Nova Estrutura de HR Agile.
A própria MicroPower também está aproveitando a experiência para se transformar. “Estamos no pilar central da estratégia (Transformar os Processos Organizacionais), mas já com um pé no terceiro pilar – Transformar os Modelos de Negócios”, comenta Daniel Musulin Soeltl.
Economia Digital
Desde o surgimento da Web, no fim dos anos 90, a influência do mundo virtual sobre as organizações passou da fase da digitalização nos negócios (venda on-line e marketing digital) para a digitalização dos negócios, com soluções cada vez mais autônomas. Empurrada pela revolução da comunicação –sustentada, por sua vez, pela consolidação da banda larga de Internet–, a economia digital cresce com o surgimento de tecnologias que facilitam a exibição de conteúdo e o crescimento exponencial dos recursos dos smartphones.
É o caso, por exemplo, da Adherium, empresa da Nova Zelândia que produz um inalador com sensores capaz de acompanhar as datas e horas de utilização pelo paciente com problemas respiratórios. Um link Bluetooth transfere os dados do inalador para um aplicativo no smartphone do paciente e este manda tudo para a nuvem. De lá, pacientes, médicos e cuidadores podem acompanhar se a medicação está sendo aplicada de acordo com a receita médica. A partir dessa intervenção, a adesão à medicação por asmáticos adultos aumentou 59%, e os ataques graves diminuíram 60%.
E exemplos como esses se multiplicam no que já é chamada de quarta revolução industrial –uma era na qual, segundo o IDC, “as organizações são medidas pela habilidade de atingir e exceder permanentemente novos padrões de performance”. Desde o Uber, dos aplicativos de smartphones e das redes sociais, diversos modelos empresariais estão sendo modificados para integrar pessoas, coisas e negócios e evitando a intervenção humana.
“O próximo passo são os negócios autônomos, ou seja, a oferta digital produzida, comercializada e entregue sem intervenção humana. Um app já é quase isso, pois o desenvolvimento foi feito por humanos, com todo o resto automatizado. E a produção automática deve ser uma evolução natural da inteligência artificial, presente já em vários aspectos da nossa vida, como dispositivos vestíveis e assistentes virtuais”, ressalta Francisco.
No Brasil, para além da revolução na comunicação entre as pessoas proporcionada pelas redes sócias, e que teve uma forte influência nas recentes eleições, há outras novidades em termos de economia digital, como o Next, o banco digital do Bradesco, na linha das fintechs, e a 99 Táxi. Espera-se para este ano o surgimento das primeiras unicórnios brasileiras (startups que conseguem atingir US$ 1 bilhão em valor de mercado): Gympass, Dr. Consulta, Guia Bolso, Creditas e Yellow.
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