Empresas estão descobrindo que usar mecanismos de jogos pode ser a melhor estratégia para treinar e engajar seus colaboradores
Realizado pelo Diretor Geral da MicroPower, Michel Musulin Soeltl, o painel Gamificação e os resultados práticos nas Organizações levou ao público do Congresso Learning & Performance Brasil 2018, os conceitos e ideias da Gamificação e seu uso no mercado brasileiro e mundial.
No formato de um diálogo, o painel contou com a participação de Lilian Poppi, Gerente Sr. De Treinamento e Qualidade da Rede de Concessionárias da Nissan do Brasil, que compartilhou ideias sobre o projeto de Gamificação para a capacitação e o engajamento de quatro públicos-alvo diferentes, com seus resultados, lições aprendidas e feedback.
Michel iniciou a sessão explicando o conceito de Gamificação e que, em linhas gerais, trabalha com três componentes: reconhecimento, premiação e recompensa: “Ele transporta para a aprendizagem corporativa essas três variáveis e, através delas, faz com que o aluno se engaje mais no treinamento. Seja para ser reconhecido, seja para receber uma recompensa ou para receber uma premiação”, esclarece ele.
“Gamification é utilizar ‘mecanismos e pensamentos’ de jogos para engajar pessoas, promover o aprendizado e solucionar problemas.” Karl Kapp
O Diretor da MicroPower compartilhou que as pessoas aprendem muitas vezes porque querem aprender, mas na maioria das empresas, o aluno corporativo não tem a consciência de que aquele processo de capacitação, aquele treinamento que a empresa está oferecendo é para a melhoria de seu conhecimento e de sua performance.
Para o aluno, segundo Michel, muitas vezes, o treinamento é apenas algo que ele tem que fazer, é algo obrigatório e isso se torna maçante. Quando você cria um ambiente autocompetitivo, você faz com que as pessoas se engajem, que comentem sobre o assunto com seus pares e equipe.
“Hoje muitas empresas vendem a ideia de Gamificação, quando, na verdade, estão falando de jogos instrucionais. Gamificação é você utilizar a metodologia dos jogos, trazendo essas variáveis. Com o jogo, você recebe pontos, o que o leva a um nível mais alto, mas em um ambiente de diversão”, complementa.
Ele explica que, em um ambiente corporativo, os pontos o levam ao ranking e esse ranking pode lhe ‘mostrar’ diferentes caminhos que você pode perseguir. Você pode se tornar, através de seus pontos, um especialista naquele assunto e ser reconhecido por isto, por meio de um badge.
Quando o aluno entra na plataforma e vê um badge de um usuário, ele sabe que essa pessoa tem determinado expertise. O reconhecimento social das pessoas faz com elas busquem sempre o melhor. Isso promove um ambiente sadio de competição, de ansiedade para liberar a próxima fase do game. As ferramentas disponíveis no Performa possibilitam esse engajamento.
A Gamificação não é um jogo, é uma metodologia.
Aprendendo com quem faz
Para exemplificar, na prática, o uso da Gamificação através do Performa, Michel convidou Lilian Poppi, Gerente Sr. De Treinamento e Qualidade da Rede de Concessionárias da Nissan do Brasil, para compartilhar como surgiu a ideia de aplicar a metodologia na Organização e quais foram e são os resultados conquistados.
Lilian contou que a responsabilidade de sua equipe é capacitar todos os colaboradores da rede de revendedores Nissan, em todo o País e em todos os níveis e cargos. Segundo ela, antes, a capacitação era somente presencial, em sala de aula, e agora estão usando um sistema online, onde as necessidades mudam diariamente, as pessoas são diferentes, há uma geração nova entrando no mercado de trabalho, que vive essa realidade. Ela acrescenta: “Foi então que nós pensamos em inovar e oferecer uma ferramenta onde os colaboradores queiram estar e onde haja uma competição saudável”.
Lilian informou que eles precisavam de um método eficaz e que motivasse os colaboradores, assim, eles poderiam identificar e reconhecer o melhor vendedor, o melhor líder de qualidade, o melhor técnico ou o melhor consultor de serviço, para serem premiados globalmente. Isso era um grande desafio: o de poder capacitar, para poder reconhecer os melhores profissionais.
“Foi assim que apareceu a tecnologia para que pudéssemos aplicar o nosso desejo na prática. Tivemos muitos benefícios com o uso da Gamificação. O primeiro foi: colocar o conteúdo ‘na mão’ de todos os colaboradores, de forma agradável. Ou seja, são eles que procuram acessar a plataforma para aprenderem e ficarem bem posicionados no ranking, o que os leva para uma premiação extremamente forte no final da jornada”, conta Lilian.
“Logo no primeiro game, houve 85% de adesão ao treinamento. Realmente, não esperávamos esse número, afinal, era uma novidade. Inclusive, o feedback foi imediato. Os colaboradores ligavam no serviço de atendimento querendo saber quando iriam liberar os próximos games, quais eram as posições no ranking, ou quais eram as respostas certas de determinadas perguntas. ”
Além de toda a motivação e engajamento dos colaboradores, Lilian conta que a metodologia é extremamente assertiva, no sentido de mostrar quais são os principais pontos em que as pessoas precisam se capacitar. Ela prossegue: “Com a gamificação, conseguimos rastrear onde as pessoas estão acertando e errando. Assim, podemos trabalhar novos conteúdos para fortalecer um ou outro ponto que necessitemos para potencializar o processo do negócio”.
Para Lilian, é muito gratificante poder desenvolver um trabalho como esse e, principalmente, ter recompensas tão importantes e que as pessoas valorizam. Ela diz: “Nós estamos muito satisfeitos e vamos usar cada vez mais”.
Uma das fases no processo da Nissan consistia em que os 20 melhores vendedores classificados no game teriam de enviar um vídeo, através da plataforma, fazendo toda a demonstração de um atendimento, onde é preciso seguir todo um processo e usando argumentos necessários para finalizar uma venda. Lilian comemora: “Deu muito certo e eles ficaram extremamente motivados para passar por mais essa fase”.
Michel ressaltou que, inclusive, essa é uma funcionalidade muito utilizada na plataforma, o upload de vídeos, através do APP, onde o colaborador consegue fazer a sua própria gravação, compartilhar e, se for o caso, pontuar no game.
O game da Nissan despertou muito interesse do público e gestores de diversos segmentos questionaram sobre detalhes do processo, para que pudessem aplicar em suas Organizações as práticas desse case de sucesso.
Uma das dúvidas estava em torno do conteúdo do game e como ele era inserido na plataforma. Lilian respondeu e explicou que a plataforma é da MicroPower e que existe toda uma orientação e um trabalho da equipe de Soluções Educacionais, para o desenvolvimento do projeto.
Michel Musulin Complementou que: “O Design Instrucional da equipe de Soluções Educacionais da MicroPower é o responsável por entender o escopo do projeto, o resultado que a Organização espera alcançar e o público-alvo. Desta forma, é elaborado o objeto educacional de acordo com as necessidades do Cliente. Também para a operacionalização da Plataforma, a Nissan tem contrato com a MicroPower, como uma extensão do time da Nissan”.
Lilian aproveitou para ressaltar que todos os ajustes necessários, através de feedback dos colaboradores, são atualizados e colocados em prática para os próximos treinamentos. Além de destacar que o game não é uma metodologia exclusiva para as Gerações Y e Z, e que é sim muito bem aceito por outras gerações: “Nós tivemos um colaborador, que tem por volta de 60 anos, que chegou a final do game. Então, é uma maneira que todos conseguem se engajar para a busca da capacitação”, acrescentou ela.
O segredo, segundo Lilian, é a divulgação, a forma como você informa ao colaborador que aquele treinamento é importante e necessário para a capacitação. A metodologia permite esse engajamento.
Confira abaixo o depoimento da Gerente Sr. De Treinamento e Qualidade da Rede de Concessionárias Nissan, Lilian Poppi, sobre a parceria com a MicroPower:
Gamificação nas empresas: Tudo o que você deve saber sobre o assunto